terça-feira, 19 de julho de 2022

A vida pós imunoquimioterapia

Bom dia!

Nem lembrava que a última vez que eu tinha vindo aqui tinha sido em 2021! O tempo está passando muito rápido e eu não estou conseguindo alcançá-lo! = O !

A última sessão da imunoquimioterapia foi dia 07/01/22 e foi um alívio tão grande! No mesmo dia eu tirei o PIC e voltei pra casa como se nada tivesse acontecido, nada especial na verdade. 

Durante este tratamento, desde o início de 2020 até janeiro de 2022 eu engordei /inchei 18kg! Quem me acompanha aqui há muito tempo sabe que eu engordei em todos os tratamentos que eu fiz e também emagreci com o fim do tratamento. 

Desta vez, porém, talvez por conta da idade, tudo tem sido mais difícil. Quando cheguei no ápice do peso que ganhei e também por todas as medicações do tratamento, eu tinha muita dificuldade em me manter em pé e em caminhar. Tomar banho era uma atividade física pesada pra mim. 

Chegou um momento em que meu corpo todo estava dolorido. Neste momento, eu comecei a fazer drenagem linfática que me aliviou bastante. Minha queixa principal estava nos joelhos. Parecia que eles não aguentavam sustentar o peso do meu corpo. Lembro de ir à casa da minha vó e tentar subir uma rampinha que tem lá e sentir que por mais que mentalmente eu fizesse força pra subir, meu corpo não ia, não conseguia, isso me assustou, confesso.

Outra coisa que aconteceu foi que a imunoquimioterapia provocou uma "menopausa precoce". Eu acordava morrendo de calor, acordava no meio da noite, olha... horrível. A menopausa é definitivamente uma das coisas mais chocantes que eu já experienciei. A imunoquimioterapia inibe a menstruação e graças a Deus, ao Universo, a tudo que há de mais sagrado, normalmente após o fim do tratamento em até 6 meses a menstruação costuma voltar. No meu caso, voltou, mas também não sei até quando e nem como vai ser daqui pra frente, ainda vou a um médico ver isso.

Neste período de janeiro até julho de 2022, meu objetivo era emagrecer a todo custo porque eu achava que o peso estava me impedindo de caminhar e estava impactando a minha qualidade de vida. Um dia eu decidi caminhar e quando voltei, minhas pernas estavam queimando e eu não conseguia ficar em pé de dor... Cheguei até a cair de uma escada por sentir fraqueza nos joelhos. Também senti dores nas articulações e descobri que  meu ácido úrico estava alto e aí cheguei até a tomar remédio.

Por não poder fazer exercício, eu resolvi focar na minha alimentação. Com isso, emagreci 11kg até agora. Desta vez, porém, o corpo não acompanhou o emagrecimento. Das outras vezes eu emagrecia e ficava bem, desta vez, eu emagreci, mas senti que meu corpo ficou meio flácido. Talvez porque emagreci muito rápido ou porque emagreci sem fazer exercícios ou a própria idade mesmo, né? Tantos anos de efeito sanfona e tal... sei lá... 

Mas, mesmo emagrecendo, esse lance dos meus joelhos permaneceu. Eu já tinha condromalácia patelar, então eu sabia que podia ser alguma coisa relacionado a isso. O joelho esquerdo começou a doer bastante e fui fazer uma ressonância e daí descobri que estou com "água no joelho" e com uma lesão no tendão. Essa semana vou ao médico para ver o que fazer porque novamente o meu ácido úrico está alto e pode ser uma das causas disso. Espero atualizá-los em breve sobre isso.

Em fevereiro fiz o PET-Scan e o câncer tinha sumido! Apesar dessa notícia ser maravilhosa, tenho que esperar 5 anos de remissão para me considerar "curada". A partir dessa notícia, comecei o tratamento de manutenção com Mabthera/Rituximabe (imunoterapia) em março. Tenho que fazer o tratamento uma vez a cada 2 meses por 2 anos. Não tive efeitos colaterais com essa medicação. Ela é aplicada na barriga com uma seringa e a barriga ficha meio inchada e roxa, fora isso, nada perceptível pra mim.

Meus leucócitos permanecem em 2000 e poco, um pouco mais da metade do que é normal. Meu baço permanece aumentado. Segundo o médico, depois que ele expande, ele não costuma voltar 100% ao normal. 

Daí vocês me perguntam, o tratamento deu certo? Os médicos certamente esperavam uma reação melhor. Achavam que meus leucócitos voltariam ao normal, no entanto, só o fato de estar em 2 mil e pouco, já me faz ter uma vida normal. Eu tomei as 3 doses da vacina do Covid, lembrando que eu cheguei a pegar Covid quando ainda nem se falava em vacina, em agosto de 2020. Essa semana saberei se vou tomar a 4a dose ou não. 

Então é isso, meu povo. Quais são os planos? Os planos são: resolver esse problema nos joelhos, fisioterapia, hidroterapia, voltar a fazer exercícios e me organizar para voltar à rotina de trabalho e estudos. 

Não sei se falei pra vocês alguma vez isso, mas quem olha pra mim não sabe que estou doente, não sabe que tenho algum problema de saúde. Não dá pra ver. Apesar de estar vivendo toda essa avalanche emocional, psicológica e física, a vida não parou. Pra mim, tem sido uma jornada muito solitária porque só eu sei o esforço que faço para superar as limitações e é um esforço reconhecido só por mim mesma.

Isso de suprir as expectativas dos outros, de se esforçar para manter uma "vida normal" é extremamente cansativo. Estou dizendo tudo isso caso alguém sinta o mesmo. Força, galera! Outro dia escrevo mais sobre isso!

Vou indo porque o texto já está gigante!


Inté!