A vida é única, né? Temos apenas uma chance... eu lembro até hoje do ciclo da vida que aprendi na 3ª série: "nascer, crescer, reproduzir e morrer". Nascer.... crescer... reproduzir.... morrer....
Parecia tão simples.
Tenho vivido algumas emoções nesses últimos dias. Começou com uma indignação, depois revolta, angústia, tristeza, fraqueza, fragilidade, confusão, passei a não saber quem ouvir, o que ouvir, no que acreditar, os "estímulos" produtivos ou improdutivos vinham de todos os lados, me sufocavam, me deixaram mais confusa ainda. Fui lá... cheguei ao fundo do poço e então morri.
Me abandonei lá, no fundo, meu ciclo acabou. Sinto como se tivesse passado pelas 5 fases da dor da morte: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. A beleza de se morrer viva é que inevitavelmente você ressuscitará. Posso dizer que re-nasci, que vim ao mundo fortalecida, que não existe mais confusão, muito menos fragilidade, que a vida me aparece de outra forma.
E foi aqui que os hipócritas fizeram a festa e me convidaram para participar. Me disseram: "a vida é um jogo, você quer jogar?"
Ainda sou nova no jogo, mas eu sempre tive sorte com jogos.... não parece ser diferente na vida. Não me levem a mal, mas parece que a emoção, os sentimentos verdadeiros não fazem parte do jogo. Por um lado isso é bom, porque tenho vivido momentos intensos comigo mesma, estou me conhecendo, ou melhor, me reinventando. Por outro, é estranho se guardar para pequenos momentos de sinceridade para poder "ser" verdadeiramente.
Antes de morrer eu "era" verdadeiramente o tempo todo, sentia o tempo todo... Não me venha você dizer que a vida é assim, um dia se toma consciência dela e tudo mais, porque não é disso que estou falando. Não mesmo. É de algo mais intenso, interno, não muito consciente. Não é "abri o olho e vi a vida". É, "agora eu sinto a vida". É um sentir, um agir diferente.
Nesse momento de transformação, em que preciso afirmar o meu ser, é que vejo que o viver nunca foi de me querer. Eu que quero o viver e esse é o sentido da vida a meu ver. Não existe objetivo maior do que viver, estar vivo é a prioridade do ser. E é sobre isso que quero dizer, que o sentir a vida inconscientemente é, assim como nossos pulmões "puxam" o ar para respirarmos, um ato "praticamente" involuntário, mas que tem razão de ser.
Que se observe os jogadores, que se analise as cartas, que se saia da partida ou que se aumentem as apostas. Que se blefe, que se arrisque e que por fim, se mostrem as cartas. Ganhar ou perder sempre faz parte do jogo, mas pelo menos, agora estou jogando sabendo as regras e finalmente tenho chances reais de ficar entre os primeiros. Please, shuffle the cards before we start.