I'm bullet proof, nothing to lose
Fire away, fire away
Difícil começar o post de hoje. Alguns já sabem, mas eu não cheguei a avisar por aqui. Estou internada desde o dia 27 de fevereiro, pois as minhas plaquetas baixaram para 11 mil. Tive que fazer duas transfusões de plaquetas, tive reação alérgica à segunda, mesmo tomando o anti-alérgico antes...
Minhas plaquetas chegaram a 25 mil e eu quase tive alta!! Mas aí, elas caíram novamente, chegando a 17 mil e por isso, o médico resolveu fazer o mielograma que consiste em colher o sangue da medula. É um procedimento um pouco chato, mas não dói tanto quanto uma tatuagem na coxa, por exemplo (acho que me entreguei aqui, né? huahauha...). Depois do procedimento, a dor que estou sentindo é como se eu tivesse tomado uma injeção intra muscular.
Estou neste exato momento em um ponto do tratamento que eu não sei de nada. Tudo é muito novo pra mim. Não sei o que vai acontecer se o resultado do mielograma der normal ou se der alterado. Não tenho a mínima ideia do tipo de tratamento daqui pra frente, apesar de achar que é possível que volte a tomar corticoide (parece que esse remédio é indicado pra tudo, nunca vi...). Hoje fiz um hemograma também, até agora sem resultado.
É nessa situação de incertezas que escrevo este post. Imaginem o vazio... respiro profundamente e continuo a escrever, pois quero muito compartilhar o que aconteceu.
Fiquei EXTREMAMENTE emocionada com o que aconteceu aqui em Brasília. Meus amigos e minha irmã fizeram uma campanha de doação para mim no Facebook. Eu precisava de 19 pessoas para repor todo o sangue que eu utilizei e assim ajudar outras pessoas como eu fui ajudada. Ainda não tenho o total certo de quantas pessoas foram doar, mas EU NUNCA PENSEI que pessoas que NUNCA ME VIRAM na vida fossem se sensibilizar com a minha história. Não só isso, muitos amigos foram e doaram também, alguns foram e não puderam doar, mas FORAM!
Acho que só quem precisou de sangue na vida vai entender a emoção que é ver pessoas doando vida. E mais, ver pessoas fazendo este gesto de amor apenas por se preocupar com o próximo. Eu não tenho palavras para agradecer a todos que compartilharam, todos que doaram, todos que foram. É inexplicável. Vem uma vontade de chorar, juro pra vocês. Não sei como poderei retribuir um dia...
Ao mesmo tempo que tudo isso acontecia, recebi críticas por estar postando atualizações de como eu estava. Foi difícil aceitar. Não acho que me "exponho", não vejo dessa forma. Desde o momento que resolvi criar este blog e falar sobre tudo que aconteceu comigo, aceitei o fato de que TODOS saberiam que eu estava doente e qual doença eu tinha. Nunca pensei em preconceito. Apesar de não considerá-las minhas, essas doenças fazem parte da minha história e de quem eu sou hoje.
Mas é difícil sofrer críticas. É difícil colocar a cara ao tapa. Sempre tem um que faz um comentário infeliz, que é sem noção por completo, esses a gente pode até deixar passar, mas quando a crítica é de alguém que a gente gosta muito, aí amigo.... aí dói. Nessas horas a força surge do nada, o meu comprometimento com a disseminação da informação é maior do que eu. É maior do que o que eu sinto ou deixo de sentir. É um compromisso que firmei com todos que precisam de ajuda.
Se o que acontece com a gente tem alguma razão eu não sei, só sei que eu resolvi dar um sentido ao que está acontecendo. E se pra isso eu tiver que me "expor" ou sei lá o quê... que assim seja.
Para me fortalecer mentalmente, eu tenho escutado essa música abaixo no repeat. Recomendo que vocês busquem a tradução em português. Ela me dá forças.
E assim, deixo vocês hoje. Espero ter boas notícias mais tarde! Boa saúde a todos nós!
Oi Sally!
ResponderExcluirAchei seu blog esses dias quando pesquisava sobre Corticoides.
Vou começar de baixo para cima.
A música é muito boa e com certeza ajuda.
Sobre as críticas, vou dar minha opnião.
Se você está se sentindo melhor por escrever, por falar os seus sentimentos não deveria parar de fazer isso.
Realmente, quando expressamos nosso sentimentos para outras pessoas tornamo-nos vulneraveis. Assim como quando pedimos algo a alguém.
(Tem uma TED talk muito legal sobre uma artista que fala sobre isso: http://www.amandapalmer.net/videos/ (AFP at TED 2013: “The art of asking”))
Talvez esses amigos que tenham feito essa crítica estejam preocupados com você, de uma maneira maternal, que quer remover todo o mal e possibilidades do mal.
Acredito que o seu blog ajuda não somente você, mas também outras pessoas que passam por uma situação semelhante.
Achei muito legal essa frase sua: "Apesar de não considerá-las minhas, essas doenças fazem parte da minha história e de quem eu sou hoje."
E concordo. As doenças não são você e nem suas. Mas fazem parte da sua trilha.
Eu tenho comigo uma idéia evolucionista e positivista, na qual essas intervenções da vida em nossa jornada são úteis para que façamos questionamentos a cerca da vida. Indagações essas que, aliadas a vontade, trazem profundo crescimento emocional.
Desejo tudo de melhor no seu tratamento!
Abraços!
Oi Danilo! Obrigada pelo seu comentário! Me fez refletir sobre as críticas que recebi, realmente acho que você tem razão!! Não tinha pensado por este lado. Vou assistir ao vídeo do TED agora! Gostei mesmo do seu comentário! Obrigada novamente!!! Beijo!
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