quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Imunoquimioterapia

Boooom dia! 

Hoje eu vim falar sobre a minha experiência com a imunoquimioterapia. O protocolo escolhido para o meu tratamento foi o R-CVP = Rituximabe, Ciclofosfamida, Vincristina e Prednisona. 

Os estudos mais recentes apontam a grande eficácia do tratamento dos linfomas com imunoterapia, que é um tipo de tratamento biológico. Em novembro do ano passado eu fiz quatro sessões de imunoterapia com o Rituximabe (Mabthera) e como vocês sabem, mesmo assim, em julho deste ano tive uma recidiva. 

A minha atual equipe médica então decidiu pela imunoquimioterapia, ou seja, aliar a imunoterapia à medicamentos quimioterápicos, creio eu, dando um choque total do meu organismo.

O protocolo de aplicação do Rituximabe é primeiramente por infusão, acho que ele é misturado com soro, sei que ele vai entrando no corpo beeeeeeeem devagar. Sua aplicação é com aquela "bomba de infusão" que controla a quantidade de entrada da medicação. A cada não sei quantas horas, automaticamente, a bomba aumenta o ritmo de entrada do medicamento no organismo. Assim como no ano passado, este ano eu também tive reação alérgica na primeira vez em que ele foi infundido. A minha pressão foi a 15/11 e eu fiquei sem ar. Como eu tenho asma, para mim, parece que estou tendo uma crise de asma. Rapidamente chamei a equipe e eles me deram um antialérgico. 

Mas antes disso, na verdade, antes de começar mesmo a infusão da quimio, você tomo outros remédios, justamente para prevenir reações alérgicas. Mas mesmo tendo feito isso, eu tive reação ao Rituximabe. 

Bom, daí a Ciclofosfamida é a mesma coisa, infusão normal. O Vincristina é como se fosse a pulsoterapia, é aplicado com seringa no cateter e a Prednisona é em comprimido. 

No dia da imunoquimio eu não senti nada de diferente a não ser muito sono pelas medicações antialérgicas. No dia seguinte, eu tive altos e baixos, tinha horas que eu estava bem, tinha horas que eu estava bem cansada. O pior dia foi o terceiro dia. Eu fui para o limbo. 

O terceiro dia foi o dia que senti todos os efeitos colaterais de uma vez só. Suei frio, fiquei com muito frio, suei normal, fiquei com muito calor, não tinha posição para ficar na cama, estava extremamente cansada, vomitei algumas vezes, não consegui comer nada, tudo que eu bebia colocava pra fora. Tive febre. Foi assim, um dia que eu achei que não ia aguentar sobreviver. Foi muito, mas muito difícil. 

No entanto, no dia seguinte, eu tinha conseguido sobreviver. No quarto dia eu já estava conseguindo raciocinar direito, estava voltando a mim. E então, eu dei graças a Deus, porque se eu tivesse que continuar passando o que eu estava passando... não sei como seria. Por um breve momento, eu cheguei a questionar a minha decisão por este tratamento.

No quinto dia, eu estava só cansada. E depois fui só melhorando. Hoje fazem exatamente 2 semanas e eu estou ótima! Animada, estudando, lendo, tomando banho sozinha e em pé (porque sim, rolou ter que tomar banho sentada na cadeira). Hoje parece que nada aconteceu e que aquele dia ruim foi só um pesadelo. 

Eu cheguei a fazer um exame de sangue nesse meio tempo e a minha imunidade está praticamente zerada. O que isso quer dizer? Aquela parte da série branca, dos leucócitos, deu zero em praticamente tudo. Tanto que, na verdade, eles não conseguiram dividir os leucócitos em neutrófilos, basófilos e outros... simplesmente apareceu somente leucócitos - 250. 

Com isso, meu médico acha que terei que fazer novamente o boost na imunidade, com o Granulokine, que é um medicamento injetável na barriga. Se a minha imunidade não aumentar, é possível que a segunda sessão de imunoquimioterapia seja postergada. Hoje fiz um exame de sangue e a depender do resultado, veremos o que vai acontecer. 

Agora, queria dizer o seguinte, antes de passar por isso, eu procurei em tudo quanto foi lugar como era passar mal com os efeitos colaterais da quimio. Eu não achei em nenhum lugar, nada, ninguém falava, diziam apenas que era difícil e tal e pronto. Finalmente eu entendi o motivo. Se a gente falar como é, muitas pessoas podem ficar com medo do tratamento e desistir dessa opção. Achei que iria dar conta de filmar, de mostrar como é, grande idiota, eu. A verdade é que não o sofrimento, as dificuldades, não importam. O que importa é o que está ali depois disso tudo. Então, se para isso, precisamos chegar às cinzas, que assim seja. 

Com ajuda, sem ajuda, com apoio, sem apoio, com dinheiro, sem dinheiro, não importa. Realmente, vale tudo para sobreviver. A vida é muito preciosa, de fato. 

Então é isso! 

Até breve!

Sally.

ps: as medicações do meu protocolo não fazem cair o cabelo.


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